Pedágio sobe 10,96% e ameaça gasolina em Pernambuco



Passar pela Rota do Atlântico – via concessionada que dá acesso ao Complexo de Suape – está mais caro. É que o pedágio da rodovia subiu 10,69% à 0h dessa sexta-feira (4). O reajuste é bem maior que a inflação anual de 4,05%, mas foi autorizado pela Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe) para compensar a perda de arrecadação provocada pela lei que isentou a cobrança da tarifa de eixos suspensos para tentar pôr fim à greve dos caminhoneiros no ano passado. Por isso, pegou de surpresa a categoria: segundo a Federação das Empresas de Cargas do Nordeste (Fetracan), essa alta vai impactar o valor do frete e dos produtos trazidos de Suape, como a gasolina e o gás de cozinha.

“Suape tem a maior base de abastecimento de combustíveis, GLP (gás liquefeito de petróleo) e contêineres de Pernambuco. E não tem como fazer o escoamento desses produtos fora da Rota do Atlântico. Então, o aumento vai incidir no preço do frete. E isso encarece tudo, chegando ao consumidor final”, declarou o presidente da Fetracan, Nilson Gibson, explicando que, com isso, os caminhoneiros perdem a economia conquistada pela lei dos eixos suspensos. “É um absurdo fazerem essa compensação com um um reajuste desses, muito superior à inflação”, reclamou, lembrando que o reajuste do ano passado foi de 4,29%.

Na época, o pedágio passou de R$ 7 para 7,30 no caso de carros de passeio. Agora, porém, essa tarifa subiu para R$ 8,10. No caso de caminhões leves e ônibus passou para R$ 16,20. Mas esse valor salta para R$ 24,30 em caminhões de três eixos e para R$ 32,40 em caminhões com reboque de quatro eixos. E a tarifa continua subindo de acordo com a quantidade de eixos. Por isso, um caminhão de nove eixos terá que pagar R$ 72,90 para passar pela Rota do Atlântico.

Diretor de regulação econômico-financeira da Arpe, Frederico Maranhão reconheceu que o reajuste foi elevado, mas afirmou que altas superiores à inflação também estão sendo autorizadas em rodovias de outros estados por conta da lei do eixo suspenso. “Só essa questão justificaria um aumento de 12,33%. Mas, como outros eventos puxaram a tarifa para baixo, o reajuste ficou em 10,96%”, calculou, dizendo que o aumento foi necessário porque o fluxo se manteve, mas a arrecadação caiu na Rota do Atlântico.

“Esta é uma via unidirecional – cobra para entrar, mas não para sair. Então, quem entra com o caminhão descarregado paga uma tarifa menor porque está com o eixo suspenso, mas transita carregado, desgastando a via do mesmo jeito, porque sai do porto carregado”, argumentou Maranhão, dizendo que, por isso, agora, na data contratual de reajuste do pedágio, o governo acatou o pedido de reequilíbrio financeiro, realizado ainda no ano passado, pela Rota. “A tarifa é uma das formas de remuneração dos mais de R$ 350 mi investidos pela concessionária até o momento”, lembrou a empresa.


Da Folha de PE

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