Cercas de pedras dão charme e embelezam Triunfo

Cercas de pedras dão charme e embelezam Triunfo

Há uma versão de que Lampião, que nasceu na vizinha cidade de Serra Talhada, nunca invadiu Triunfo com seu bando porque, muito religioso, era devoto do santo padroeiro do município. As serras montanhosas de Triunfo, com sua vegetação diferenciada do resto do Sertão por estar a 1.260 metros acima do nível do mar, propiciavam, entretanto, atrativos esconderijos para o rei do cangaço.

Com um detalhe: as cercas em Triunfo são de pedras de rochedo, aproveitadas até nos casarões urbanos e rurais. Elas são um exemplo perfeito da utilização sustentável de recursos naturais, único tipo de cerca permanente.

Se porventura vier a cair, o material de reconstrução permanecerá no local. Nenhum outro tipo de cerca oferece essas duas vantagens. Além disso, cercas de pedra servem até hoje para demarcar limites de áreas rurais e confinamento do gado, sem falar no valor ambiental.

Servem ainda de abrigos para repteis, anfíbios, mamíferos e insetos tais como Preás, Mocos, Pererecas, Rãs, Teiús, Cobras, Baratas de Madeira, Besouros e suas Larvas, Escorpiões entre outros. Mas servem, sobretudo, para embelezar.

As velhas cercas de pedras remontam à época da escravidão. São a expressão da história e a cultura do Nordeste, autêntico monumento à inteligência do trabalhador rural, vaqueiro, fazendeiro, pecuarista e suas respectivas famílias.

Construídas com muito suor e criatividade, formam uma paisagem encantadora em Triunfo. São vistas até em hotéis, nas praças, nos jardins e, principalmente, nos sítios e povoados.

São muito parecidas com a Mangueira, do século XIX, no Rio Grande do Sul, feita por escravos, verdadeira obra de arte. No século XIX, as fazendas e estâncias da região sulista começaram a contar com construções bem mais duráveis do que as casas de pau-a-pique feitas originalmente em certas propriedades.


Bossoroca, como assim é chamada no RS, é produto do trabalho escravo. Lá, como em Triunfo, foram erguidos muros de pedra, principalmente para criar ovelhas e delimitar potreiros.

A cerca ou mangueira, como batizaram também, foi construída com blocos de pedra encaixados e pode ser vista por imagens de satélite a mais de 10 mil metros de altura, graças à vegetação que a salientou, cobrindo-a quase que totalmente.

A cerca dita “do tempo dos escravos” passa ao largo do Cemitério dos cativos e é um ótimo exemplo do trabalho quase que artístico dos escravos iguais a tantas outras do Rio Grande do Sul. É, na verdade, uma velha mangueira crioula, curral de pedra empilhada que até o pastor da manada bombeia com desconfiança.

Triunfo tem, porém, mais presença e saliência em suas cercas de pedras. Como a cidade é muito fria, as cercas, dependendo da altura, também servem para afugentar o vento friorento e auxiliam na montagem dos fogões de lenha e das lareiras, estas usadas no período invernoso de junho a agosto, com dias que chegam a uma média de 10 a 12 graus Celsius. A informação ta no Blog do Magno.

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