O Grupo Nacional Biotec da China (CNBG), que desenvolve uma das candidatas chinesas à vacina contra o coronavírus, disse neste domingo (28), que os primeiros resultados dos ensaios clínicos sugerem que a imunização seja segura e eficaz.
As doses experimentais, produzidas por uma unidade da estatal em Pequim, induziu a criação de anticorpos “de alto nível” em todos os participantes inoculados em um ensaio clínico de Fase 1 e 2 com mais de 1,1 mil voluntários.
Segundo a agência Reuters, a farmacêutica fez o anúncio na rede social chinesa WeChat, e citou a produção de um estudo que não foi divulgado.
Pesquisadores da China avaliam oito candidatos a vacinas, já na fase de testes em humanos, tanto no país asiático como no exterior. Na semana passada, o Instituto Butantan e o governo de São Paulo anunciaram uma parceria para testar outra candidata chinesa na corrida para a imunização.
Relatório publicado no site da Organização Mundial de Saúde (OMS) com dados de quarta-feira (24) mostra que estão em desenvolvimento 141 candidatas a vacina contra o vírus SARS-Cov-2, causador da Covid-19, sendo que 16 delas estão na fase clínica, ou seja, sendo testadas em humanos.
Vacina de Oxford
O Ministério da Saúde anunciou no sábado (27) uma parceria para a pesquisa e produção nacional da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, e a farmacêutica AstraZeneca.
O acordo prevê a transferência de tecnologia e a compra de lotes da vacina. Se for comprovada a eficácia da imunização, ao menos 30,4 milhões de doses serão entregues em dois lotes: 15,2 milhões em dezembro de 2020, e 15,2 milhões em janeiro de 2021, com prioridade para o grupo de risco e para profissionais de saúde.
Etapas para a produção
Para chegar a uma vacina efetiva, os pesquisadores precisam percorrer diversas etapas para testar segurança e resposta imune. Primeiro há uma fase exploratória, com pesquisa e identificação de moléculas promissoras (antígenos).
O segundo momento é de fase pré-clínica, em que ocorre a validação da vacina em organismos vivos, usando animais (ratos, por exemplo).
Só então é chegada à fase clínica, em humanos, dividida em três momentos:
Fase 1: avaliação preliminar com poucos voluntários adultos monitorados de perto;
Fase 2: testes em centenas de participantes que indicam informações sobre doses e horários que serão usados na fase 3. Pacientes são escolhidos de forma randomizada (aleatória) e são bem controlados;
Fase 3: ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da eficácia/segurança e prever eventos adversos; só então há um registro sanitário.
Do Bem Estar/G1
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