A Defensoria Pública do Rio de Janeiro informou, na manhã desta quarta-feira (29), que o número de mortos após a megaoperação das forças de segurança nos complexos da Penha e do Alemão já ultrapassa 130. A ação, iniciada na terça (28), é considerada a mais letal da história do estado.
O secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, atualizou o balanço no início da tarde e confirmou 119 mortes — quatro de policiais e 115 de pessoas classificadas como “narcoterroristas”. Mais cedo, o governador Cláudio Castro (PL) havia divulgado um total menor, de 58 vítimas, sem esclarecer a divergência em relação aos dados apresentados na terça-feira, quando o governo falava em 64 mortos, entre eles quatro agentes de segurança.
Segundo Castro, o número oficial será consolidado pelo Instituto Médico-Legal (IML) do Centro, que ficou exclusivamente responsável por receber os corpos da operação. Moradores da Penha afirmaram, entretanto, que ao menos 74 corpos levados à praça da comunidade nesta quarta-feira ainda não constavam no balanço das autoridades, o que reforça a discrepância entre as informações oficiais e as relatadas por testemunhas.
Em entrevista coletiva, o secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, confirmou que haverá perícia para verificar se todas as mortes registradas têm ligação direta com a operação. Curi acrescentou que 113 pessoas foram presas, sendo 33 oriundas de outros estados, como Amazonas, Ceará, Pará e Pernambuco.
A ação, que envolveu policiais civis e militares, foi justificada pelo governo como parte de uma ofensiva contra facções criminosas. Ainda assim, o episódio reacende o debate sobre o uso da força e o impacto de operações de grande escala em áreas densamente povoadas da capital fluminense.
Via visornoticias.com.br
